14/07/08

Queres ser minha amiga?

Foi a pergunta da Margarida de 4 anos (faz 5 em Agosto) para a Cathy.

Fui apanhada desprevenida, mas respondi "Ela quer claro, mas ela não fala...". Entretanto já se tinha pisgado a correr e eu fui atrás com medo que caísse à água.

Mais tarde, a Cathy foi ter com ela, atraída pelo balde, pás, ancinhos e Cia. Foi um instante para começar a stressar, porque se há três ancinhos, eles têm de estar alinhados e a Margarida de repente tirava um e irritava a Cathy. A mãe estava presente e ralhava com a filha. Eu pedi desculpa, a Cathy não brinca da maneira mais convencional. A resposta foi tão natural que fiquei parva "Pois, ela é autista não é? Também tem direito a brincar".

Fiquei a matutar, considero que o comum dos mortais não identifica o autismo tão facilmente, poucos sabem o que é. Então a mãe da Margarida é enfermeira e gosta de estar a par das coisas, embora nunca tenha tido nenhuma experiência directa com o autismo. Muito bem!

Foi uma oportunidade também para ver de perto as diferenças entre a Cathy e a Margarida. Não vou falar no que é mais óbvio, mas sim em algumas coisas que me dão muita esperança. A Cathy conhece perfeitamente os números de 1 a 10 identifica-os em qualquer situação e a Margarida agarrava no 3 e perguntava-me que nº era. Ou eu pedia o 8 e ela dava-me o 5. E esta? Nem experimentei mostrar-lhe o abecedário mas duvido que soubesse as letras todas como a Cathy sabe...

3 comentários:

AnaBond disse...

é muito bom ver que há pessoas que aceitam estas coisas como normais... porque são normais. diferentes, mas normais.

Mrs_Noris disse...

Adorei a naturalidade com que a mãe da pequena Margarida fez a observação sobre o autismo da Cathy.
As férias, a praia e os banhos de mar fazem-lhes tanto bem...
Um beijo.

Mina disse...

Estrumpfina
Era bom que houvesse mais mães de Margarida, que encarassem o autismo com essa naturalidade, mas penso que vamos caminhando nesse sentido e cabe a nós pais tbm ir informando, este ano quando fui matricular a minha filhota, fiquei muito orgulhosa, quando o DT dela me disse com um ar cumplice e satisfeito que tinha tido oportunidade na própria escola de ter alguma informação sobre a SA. Embora a minha pequena não seja portadora fiquei contente, por este professor ter aproveitado as minhas dicas...
Bjocas