Um miminho para a mamã

Este fim de semana a Cathy esteve doentinha e ganhou o direito a ficar hoje com o pai em casa.

Quando telefonei para saber como ela estava (sem febre até à data) fez-me ganhar o dia porque pegou no telefone e disse "Olá... Olá Catarina". O pai corrigiu e ela repetiu "Olá Mamã".

Soube-me tão bem! Ela nunca fala ao telefone!

Don Juan

Ontem tive novamente oportunidade de ir levar o Tiago à escola.

Mais uma vez entrou feliz mas deu-se de repente conta que me ia embora mais a Cathy e deu-lhe novamente para o sentimento. Ora bolas!

À tarde fui buscá-lo e já não se lembrava de ter chorado. Estava feliz da vida a sair da aula de música.

Foi tão bom ve-lo e ver como é tratado! "É o nosso caçulinha" dizem-me todas e aquilo é só amores - com as "grandes" e as "pequenas".

A professora fez questão de me levar à sala para ver o último trabalho dele: o desenho do Gato das Botas alusivo à peça de teatro que foram ver no Malaposta.

Diz que é muito interessado, farta-se de participar e até é atinado durante a componente lectiva. Felizmente que a turma é calmita porque ele tem tendência a copiar sempre os disparates dos outros.

A sala é bem grande e muito bem organizada nos espaços. Estranhei quando me disse que o espaço que mais gosta é a garagem e a professora também lhe perguntou se não estava confuso. Tal como eu calculava, ele gosta mais de estar é na casinha.

Depois fomos um bocadinho para o parque que é mesmo ao lado da escola e lá estavam mais dois amiguinhos: um menino e uma menina.

Vira-se a mãe da menina para mim:

"Então este é que é o Tiago? A minha filha passa a vida a falar dele..."

Fiquei com a baba a escorrer, ainda para mais a menina nem é da sala dele.

Já tinham dito ao João que havia mães que perguntavam mesmo quem era o Tiago dado o falatório da filha em casa, mas eu ponho sempre um desconto para o exagero rsss, rsss. Afinal é verdade.

Só é pena mesmo ele ser tão palhaço. Vamos a ver se a idade lhe traz mais juízo.

Consulta

Ontem voltámos à consulta de oftalmologia (estrabismo dizem eles...). Estava algo apreensiva porque as coisas lá correm sempre mal.

A consulta era só às 11 h por isso fomos com tempo para Lisboa (pareço uma campónia rss, rsss). Ainda tivémos tempo para um pequeno-almoço, a Cathy ajudou-me a comer uma torrada enquanto ia rabiscando um papel.

Pouco antes das 11 h fui para o centro de saúde. Tiro a senha (34) ao mesmo tempo que ouço a chamar o número 3.

Aiii!

Levei a Cathy para a zona dos legos e fui à procura de uma cara conhecida, uma daquelas que já presenciou a Cathy em ponto de rebuçado e que sabe que assim não há exame possível de fazer.

Foram compreensivos, até porque o tipo de consulta em causa só precisava do registo para irmos para outro piso.

Chegadas ao piso da nossa médica a Cathy começou a correr que nem doida. Lá a tentava conter por uns segundos para ela voltar a correr.

Um Dr. meio enfadado alertou-a que aquilo não era espaço para fazer barulho.

- Ela é autista...

Ah bom! Então não se fala mais nisso.

Pouco depois, a Drª assoma à porta e vê a Cathy de fugida. Ouço-a a comentar para a assistente. Tenho de atender já esta menina.

E assim foi. Passados poucos minutos já estávamos no consultório. Com paciência e negociação, a Drª conseguiu observá-la e confirmar que a graduação permanecia a mesma.

No fim agradeci a colaboração deles porque a verdade é que com mais algum tempo de espera corriamos o risco de a ter novamente de segurar para conseguir aferir a graduação.

Quem sabe, daqui a algumas consultas ela até se disponha a ser observada pelas máquinas que lá têm e que evitam ter de por aquelas gotas horríveis nos olhos.

Memória

Para os manter entretidos, o pai por vezes pega no quadro mágico e faz uns desenhos.

Eles adoram, sobretudo a Cathy.

Ao contrário de mim, o João tem jeito para desenhar e não se limita a desenhos básicos. Faz desenhos bastante elaborados com pormenores e fá-los várias vezes, durante muito tempo.

Há algumas semanas que ele tem feito um certo desenho. Na 6ª feira, a Cathy ficou por algum tempo entretida enquanto dávamos banho ao Tiago e arrumávamos umas coisitas.

Quando a vi, fiquei meio histéria a chamar o pai e corri a pegar o telemóvel para registar o que estavamos a ver.

O desenho que tantas vezes viu o pai a fazer, está todo registado na cabecinha dela e naquele dia, apeteceu-lhe mostrar-nos que também o é capaz de fazer.

Mal o deu por concluído, "zapt" passou com o desmagnetizador e o desenho foi ao ar. Ficam as fotos, no centro está o desenho do pai.

Teimosias

Teimosa é o melhor adjectivo para descrever a Cathy neste momento.

Está mesmo teimosa e opõe-se às nossas ordens. Tem andado tão calmita, não sei para o que lhe deu para estar assim.

Se meter na cabeça que tem de descer as escadas de cabeça para baixo vejo-me grega para a impedir. Ontem queria desce-las a galgar 2 ou 3 degraus, aos pulos. Estou a ver o dia em que se embrulha escada abaixo...

Ai a minha vida... um acalma o outro desperta para o disparate.

Crochet

Coisas lindas para aplicar até onde a imaginação nos leva.

http://fernandacadima.blogspot.com/2009/08/acessorios-em-crochet.html

Saídas airosas

Estávamos nos preparativos para ir para a cama quando a Cathy pega no Noddy do Tiago.

Assanhado, tira-o das mãos dela e não o empresta. Ouviu um raspanete meu e expliquei-lhe que assim não tinha amigos. Continuei a dar-lhe nas orelhas quando o levava para a cama e ele interrompe-me:

- Mamã não fales mais... tenho dói-dói
- Tens dói-dói onde? - pergunto já a adivinhar disparate
- Nas orelhas...

Tirou-me o fôlego uns segundos mas lembrei-me de o lixar

- Então está bem. Se tens dói-dói nas orelhas também não te canto o João Pestana... tens dói-dói não é?

(pensou)

- Não, mamã (naquela voz tipo "tenho de explicar tudo") Canta baixinho.

Embrulha!

PS - Mas foi para a cama a pensar na asneira e logo que acordou quis à força que a Cathy brincasse com o Noddy ;)