Esta 3ª feira fomos a Madrid a uma avaliação neuropsicológica, para preparar a consulta com o Dr. Maximo.
Fui só eu e a Cathy e ia bastante apreensiva. Por duas ou três vezes na semana anterior tinha abordado o tema do avião e a resposta era "NÃÃÃOO!!". Decidi mudar a estratégia e não falar mais do assunto mas fui bem munida de cartõezinhos a explicar o autismo não fossem pensar que eu a estava a raptar.
A viagem começou cedo, a Cathy custou a acordar e quando ainda estava meio a dormir levou com a notícia bombástica da avó que ia andar de avião... desatou a chorar...
Já atrasadas, fui a "voar" para o aeroporto. Achava que tinha a lição bem estudada mas... meti-me pela estrada errada e vi-me perdida na encarnação, a 30 minutos de acabar o embarque. Ai a minha vida! Mas o Senhor estava comigo e o atrevimento também, vi um carro da polícia e perguntei como é que ia para o aeroporto. Um deles fez um gesto do género "hiii, hás-de lá chegar hás". Juntei as mãos em súplica e o outro mais simpático disse-me para ir atrás dele. E lá fui, hiper-atrasada a andar dentro dos limites de velocidade dentro das localidades e a rezar para chegar a tempo.
Dei facilmente com o parque que queria e lá fomos a correr para apanhar o autocarro para o terminal 2 (primeiro tivemos de descobrir onde o apanhar). Já dentro do autocarro, faltavam uns 15 minutos para acabar o embarque. O motorista no paleio e eu a rezar até que outro passageiro perguntou se demorava muito. Tal como eu, ia atrasado. O motorista aproveitou para dar uma lição de moral "sabia que tem de estar cá 1 hora antes do embarque? Ah pois é..." mas vá lá, teve compaixão e lá fomos. Pensava eu que com a simplicidade do low cost nos levassem directamente ao avião quando vejo uma fila a serpentear para passar nos seguranças. Aaaargh!
Foi stressante mas conseguimos e não fomos as últimas a entrar. Quase, mas não fomos. E porquê, porque embora a Cathy estivesse a gritar "não tem medo", ela estava mesmo cheia de cagufa mas ao mesmo tempo ansiosa para ver onde levavam as escadas de maneira que as pessoas abriram caminho para nós passarmos, rsss, rsss
Estávamos dentro do avião. Fase 1 superada!
Na descolagem e até o avião estabilizar a Cathy estava muito assustada e a dizer "não tem medo", "quero ir para o chão" mas quando estabilizou ela também acalmou e o mp3 ajudou no resto da viagem que até é bem curta.
Fase 2 superada e daqui para a frente não houve mais stress.
A consulta correu bem, foram todos muuuito simpáticos e profissionais. Os testes já não correram tão bem o que no fundo reflecte a razão de nós lá termos ido. O cansaço que a Cathy tinha pode ter ajudado um bocadito à falta de colaboração mas nunca ela teria aderido àquelas tarefas.
O regresso foi bem mais tranquilo, e com tempo. Fomos das primeiras a fazer o embarque e a Cathy impaciente só dizia "quero ir lá para cima" LOL