30/12/06

Reflexão

Nos primeiros minutos do ano que ainda corre, depois de festejar efusivamente, retirei-me um pouco do clima de festa para reflectir. O João apareceu pouco depois e eu confidenciei-lhe que não sabia se havia de pedir que a Cathy não tivesse na verdade problema nenhum, ou para que o filho que já poderia estar na minha barriga nascesse saudável.

Ele foi bastante prático, claro. Que pedisse pela Cathy porque ela já era real e nada me dizia que estivesse grávida, logo à primeira tentativa.

Acabei por pedir pelos dois. No íntimo, sabia que já tinha um ser de cerca de 2 semanas a crescer dentro de mim.

Sem esquecer todos os problemas iniciais, acho que posso dizer que o Tiago nasceu saudável. Sei que tenho de ter cuidados redobrados com ele, os pulmões podem estar mais sensíveis e ainda não se livrou da anemia.

Quanto à Cathy, depois de um ano inteiro a ser vista por diversos especialistas, os meus medos confirmaram-se e este ano não me apetece comemorar a passagem de ano. Estou sem força anímica, sinto-me impotente e permanentemente em dívida para com a minha menina. Tenho a sensação que passo 90 % do tempo com o Tiago e os restantes 10 % que tento passar com ela nem sempre são pacíficos, ou porque não quero que ela ponha tudo na boca, ou porque me enerva ela estar sempre a olhar para as mãos, ou porque simplesmente muitas vezes, eu estou lá mas ela nem olha para mim.

Tenho esperança, claro. Às vezes tudo parece negro demais mas, se calhar, algumas horas de sono ajudar-me-iam a serenar.

Tenho na minha vida dois seres mais importantes do que tudo o resto à face da Terra, e são para eles as minhas preces. Que Deus lhes dê saúde e felicidade e me ajude a ajudá-los.

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